sábado, 11 de janeiro de 2014

Um vizinho incomodo...
Camaçari, uma cidade de veraneio, local bom para se ter uma chácara, ou mesmo um pequena casinha para fins de semana aprazíveis, bom para trazer as crianças, tomar banho de rio, acordar com o canto dos pássaros, praias quase virgens, morada de pescadores, um paraíso!

Esse era o cenário de Camaçari antes da chegada da minha família na terra da arvore que chora. Chegamos para participar das obras de terraplenagem de uma das primeiras empresas do Polo Petroquímico que se instalava por essas bandas.

Posso afirmar sem medo de errar que mais de 70% da nossa população residente está aqui por conta desse empreendimento e todos os desdobramentos provocados por ele.
O nosso polo é a razão da existência desta conjuntura econômica, social e mesmo política. Camaçari é o que é por conta da indústria. Isso é fato! E onde tem indústria eventualmente tem poluição, não que isso seja uma equação invariável, muitos avanços na tecnologia dos processos petroquímicos, procedimentos de segurança visam diminuir os riscos inerentes a atividade industrial.

Nos últimos dias é inegável que algo estranho está acontecendo, os moradores de Camaçari tem sentido na pele, ou melhor no nariz, olhos e no resto do corpo também os problemas de ser vizinho de um conglomerado de industrias químicas, petroquímicas, automotivas, têxteis e tantas outras, poluição, poluição do ar. Um mau cheiro que incomoda muito as pessoas e principalmente as crianças.

Daí resultam os protestos, protestos que em sua grande maioria se encerram onde começam... nas paginas das redes sociais, eu não estou protestando! Tenho consciência que o risco existe. Já trabalhei no Polo Petroquímico, sei que o perigo é eminente! Mas também sei que os profissionais que trabalham lá fazem de tudo para que o risco seja o mínimo possível.

A poluição de uma cidade industrial é inevitável, precisamos pensar no nosso estilo de vida, estamos cercados de plásticos, precisamos de combustível, equipamentos tecnológicos, e tudo isso vem da indústria essa mesma indústria que está na nossa vizinhança, e não adianta fugir, morar longe... se continuarmos dependendo de toda essa parafernália, sacos plásticos, fraldas descartáveis, isopor, acrílico, uma gama variadíssima de produtos sintéticos, TVs de led, Samartfones, leptops, notebooks. Não há para onde fugir! É uma questão de tempo.

O mau cheiro das madrugadas é um trocadinho do preço que teremos que pagar em troca de toda a comodidade, conforto e tecnologia dos quais nos tornamos “dependentes”.
Mas que o mau cheiro está insuportável, isso é verdade...

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